Após a morte do mestre de cultura popular, Valdir Manoel, conhecido por “Valdir da Mazuca”, o Grupo Cultural Mazuca de Agrestina retoma suas atividades. A primeira apresentação do grupo após sua partida, em 8 de abril do ano passado, aconteceu ontem (3), durante programação de reabertura do Centro de Convivência do Idoso de Agrestina.

A partir de agora, o grupo estará sob condução de seu pai, o senhor Manoel João da Silva, popular “Seu Manoel da Mazuca”, que dará continuidade à tradição ao lado de Dé Trajano, respondedor das loas (cantigas), e de José Vigia, tocador do instrumento ganzá. Juntos, os três conduzirão os trabalhos desta, que é uma das tradições mais antigas do Estado de Pernambuco. Atualmente, a Mazuca de Agrestina é vivenciada pelos idosos usuários do Centro de Convivência do Idoso, que está inserida no serviço como atividade de recreação e, consequentemente, de preservação cultural.

A Mazurca é uma dança oriunda da miscigenação entre negros, brancos e indígenas durante a colonização do país, mas foi na região do Agreste que ela se fortaleceu. É considerada a mãe de todas as outras manifestações populares por aqui encontradas, inclusive do coco de roda.

Em Agrestina ela possui mais de um século de existência. Durante sua trajetória, o Grupo Cultural Mazuca de Agrestina gravou disco, estampou os jornais, e participou de muitos festivais Brasil afora, inclusive do Prêmio da Música Brasileira, na antiga casa de shows Canecão, no Rio de Janeiro. Durante este festival, realizado no ano de 2009, ficou entre os três melhores nomes da música regional do Brasil.

O grupo, que estava vivendo um período de incertezas acerca de sua continuidade, retoma com toda força, preservando o legado do mestre Valdir e deixando uma valiosa contribuição à cultura do Estado de Pernambuco.

A Secretaria de Cultura e Turismo de Agrestina, que desenvolve um importante trabalho de apoio e salvaguarda da tradição, fala sobre esse novo momento. “Estávamos discutindo para saber qual seria o destino da nossa Mazuca. Não tinha nada definido, mas sabíamos que o momento certo iria chegar, e aqui ela está”, disse o secretário da pasta, Josenildo Santos.

A secretaria também informou que o grupo cultural foi contemplado com o valor de R $7,000,00 pela lei de fomento à cultura, Aldir Blanc. O valor foi utilizado na compra do novo figurino e dividido igualmente entre os seus integrantes.

Texto: Aguida Barros | Decom

Foto: Adriano Monteiro | Decom

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