Para celebrar os 15 anos da Lei Maria da Penha, comemorado no dia 7 de agosto, a Secretaria de Políticas para as Mulheres de Agrestina preparou uma série de ações, com o objetivo de dialogar com a sociedade acerca desse importante marco político e histórico de enfrentamento e combate à violência de gênero. 

Uma entrevista na rádio local da cidade foi realizada para debater o tema, com a presença da advogada da Secretaria da Mulher de Agrestina, Renata Santos, que conversou com a população sobre as legislações que resguardam as mulheres das inúmeras formas de violência, e também da delegada de Agrestina, Juliana Garcia, que trouxe dados importantes sobre o índice de violência doméstica no município. 

De acordo com a delegada, o município enfrenta uma realidade de violência contra a mulher muito preocupante, fruto de uma cultura e um machismo estrutural, presente não só em Agrestina como também na maioria das cidades do interior. “Eu acho sim que, para o tamanho da cidade, que não chega a 30 mil habitantes, a gente tem cerca de sete a 10 casos por mês, e poucas mulheres procuram a delegacia. É realmente um dado estarrecedor. Há um machismo muito grande ainda, de que a mulher tem que ser submissa e tem obrigação de aceitar a conduta violenta do marido”, disse em entrevista. 

Com o objetivo conscientizar a população, a Secretaria da Mulher também realizou um ato na feira livre, com mensagens ecoadas em alto falante e entrega de material informativo de incentivo à denúncia.

Por fim, uma roda de diálogo intitulada “A vida começa quando a violência acaba” foi realizada no auditório do Espaço Cultural, o momento contou com a presença de autoridades do Poder Executivo e Legislativo Municipal, e também de autoridades de Estado, a chefe da Unidade de Correção de Fluxo de Jovens, Adultos e Idosos da Gerência Regional Agreste Centro Norte, Luciara Queiroz, a coordenadora regional dos Círculos de Educação e Cultura do Programa Mãe Coruja Pernambucana, Sinara Vasconcelos, e a coordenadora regional do Agreste da Secretaria da Mulher de Pernambuco, Betânia Ribeiro. 

Na roda de conversa, a advogada Renata da Secretaria da Mulher de Agrestina, Renata Santos, conduziu o conhecimento acerca da violência contra a mulher. Temas como, e onde vem essa violência, violência estrutural, machismo, construção de papéis de gênero, a lógica do patriarcado e violência doméstica foram abordados. O momento também contou com a contribuição da  coordenadora regional do Agreste da Secretaria da Mulher de Pernambuco, Betânia Ribeiro. “A violência só vai diminuir quando a gente não parar de falar sobre ela. Que bom que o município de Agrestina conta com uma secretaria, onde as mulheres podem procurar apoio para denunciar a violência”, disse.  

A Secretaria da Mulher de Agrestina é também um canal de denúncia, especialmente para mulheres que não têm coragem de tomar essa decisão sozinha. Lá, a mulher vítima de violência encontrará apoio jurídico, psicológico e social para encerrar o ciclo de violência e proteger sua família. Toda a intimidade da mulher será resguardada sob total sigilo.

A secretária da pasta, Maria do Rosário, faz um apelo às mulheres vítimas de violência. “Se vocês não se sentem confortáveis de ir até a delegacia, venham até a secretaria, aqui vocês serão bem acolhidas. Vamos tomar as medidas necessárias para que vocês se sintam seguras e protegidas. Não tenha medo de denunciar, não se sintam ameaçadas. Vocês não estão sozinhas! Contem com a secretaria, vocês não serão expostas!”, disse. 

Além do acompanhamento jurídico para mulheres em situação de violência doméstica, a secretaria oferece outros serviços, como citologia, acompanhamento nutricional e oficinas de empreendedorismo. Em breve também contará também com serviço de atendimento psicológico e de fisioterapia. A secretaria está localizada na rua Rua Coronel Manoel Alves, n° 210, no centro da cidade. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h.

Texto: Aguida Barros

Fotos: Douglas Silva

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